terça-feira, 27 de novembro de 2007

Laços


  • Fotografia: Andréa, Cacau e Lu

Laços
Andréa Motta


Para Cláudia (Cacau) Gonçalves e Lu Oliveira

Chove em meus olhos
sempre que o gris da manhã
encobre a cidade

e os pássaros acanhados
se escondem
nos galhos do abacateiro

Chove em meus olhos
quando o azul matinal
floresce múltiplas canções

Insistente a chuva
rega minha face
sempre que a saudade

invade o universo
traz o frescor do alecrim
e muitos potinhos de sol


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domingo, 25 de novembro de 2007

25 de Novembro: Dia Internacional contra a Violência Doméstica




Estigma
Andréa Motta

Por sendas oblíqüas,
violência urbana
violência doméstica.

Delitos, impunidade e dor,
na penumbra das cidades.

Pelas esquinas,
rostos anônimos,
corpos lanhados
pelas marcas do desamor.

Não importa a idade,
classe social.

Mulheres,
tomadas pelo medo,
têm a alma amargurada,
a carne rasgada.

Nos olhares castigados,
não há lágrimas nem sorrisos.

Só um silencioso pedido de socorro
entre sonhos adormecidos.

O tempo, é como sopro,
leva sem remorsos,
o silêncio da noite, os hematomas,
as escoriações, as mãos vazias...

- ( não importa a identidade,
o coração partido,
o medo
a desventura) -

E, sem sofismas
na alvorada, traz a denúncia,
porta à liberdade!
30/11/04

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

No Canto dos Olhos



No canto dos Olhos
Andréa Motta


Latejante
(no canto dos olhos)
o azul profundo
(no malabarismo da rua)
goteja

O poeta
tange
(efervescente)
e recua

Perante
o amarelo
petulante
(da juba
ensandecida
pela lua
nua)
cria

No equilíbrio
volátil
da areia
marca
remarca

Estabiliza
libera
a libélula
e vôa