terça-feira, 25 de novembro de 2008

Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres



Do Estigma à sobrevivência
Andréa Motta


Na penumbra da cidade
brilho de lantejoulas
seios desnudos
lábios pintados de carmim
no corpo lanhado
tatuadas as marcas do desamor

Escoriações
hematomas
carne rasgada
alma amargurada

Nos desvios do tempo
Delitos, impunidade e dor,
violência doméstica
violência urbana

Nas esquinas um olhar
de menina amedrontada
não há lágrimas nem sorrisos.
Só um silencioso pedido de socorro
entre sonhos adormecidos.

No jogo da sobrevivência,
Sombras escamoteiam o medo.
No desenho da calçada
Rostos anônimos
gigolôs, prostitutas
sofismam pelos cruzamentos
escandalizando crentes

Loucas sombras funambulescas
na solitude noturna
conspiram versos desencantados
num pacto com o diabo

Mas o tempo, tal qual um sopro,
leva sem remorsos
o silêncio da noite, as escoriações
os hematomas, as mãos vazias
a dança do neon..

Na cauda do vento, a fantasia
por um instante,
insinua-se nos olhares castigados
suavizando-os.

Não importa
onde pouse o olhar
não importa
a identidade
nem o coração partido
Não importa
a desventura
nem as portas fechadas.

A alvorada traz a denúncia,
Incitando à liberdade!
quando cada um segue o seu destino.

sábado, 22 de novembro de 2008

Folhas da Amizade





Em 22/11/08, recebi um prêmio, um selo do Alma Amarela, da minha amiga Josiane!A regra é repassar o Selo da Amizade para cinco blogs, isso foi fácil, porque já tenho os meus favoritos:

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Incorporeidade




Incorporeidade
Andréa Motta



se não fosse frágil
a face oblíqua
do silêncio
seria breve

tão breve quanto
os tremores da tua voz

se não fosse indelével
o encontro
do sorriso
seria porto

ocasional
entregue à fúria dos teus olhos

se não fosse magnética
a beleza
da palavra
seria carícia

prazerosa
a renascer em cada dia